Sucupira é uma árvore comum no cerrado e em parte da Mata Atlântica
Ainda é o que se chama de pesquisa básica, sem mecanismos concretos de utilização (como um medicamento), mas que traz oportunidades de desenvolvimento de novos remédios.
— De um dado popular até chegar a um fármaco levam-se anos — enfatiza um dos autores do estudo, Humberto Moreira Spíndola, farmacêutico do Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Química, Biológicas e Agrícolas (CPQBA) da Unicamp.
Isso ocorre porque é necessário comprovar se os ativos de fato funcionam e se são seguros.
Para testar as propriedades, os cientistas avaliaram os extratos de folhas e sementes da sucupira e descobriram que, nessas últimas, encontravam-se potentes atividades analgésicas e antitumorais. As folhas não tiveram a mesma atividade, provavelmente por não conterem os mesmos princípios ativos, informa Mary Ann Foglio, orientadora de Spíndola.
Na avaliação dos extratos dessas sementes, foram descobertas duas substâncias envolvidas tanto na atividade analgésica quanto na antitumoral: a geranilgeraniol e a vouacapano. Da união delas, os cientistas desenvolveram um novo extrato para testar em células (in vitro) e em ratos e camundongos (in vivo).
Para descobrir a atividade antitumoral, o extrato foi injetado em células de diversas linhagens de câncer. Segundo Spíndola, os resultados foram positivos em todas as células, demonstrando capacidade de combate ao tumor. O extrato, contudo, teve maior eficiência sobre o câncer de próstata. Nos testes com camundongos, o tumor foi induzido e também foi observada a ação positiva contra os cânceres.
— Mas não podemos afirmar que daria certo em humanos, já que os tumores de animais são mais simples. Precisamos de mais estudos — sustenta o autor da pesquisa.
Os resultados das atividades analgésicas são mais próximos da realidade. Nos testes com ratos e camundongos, as substâncias do extrato da semente da sucupira mostraram potencialidade em inibir a dor.
CADERNO VIDA - ZH
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