Estudo da ONU aponta uso abusivo de analgésicos no Brasil
Relatório da ONU sobre o consumo de drogas no mundo também constatou que 900 mil brasileiros são usuários de cocaína
Enquanto o mercado mundial de cocaína, heroína e maconha diminui ou se mantive estável, a produção e o abuso de opioides (analgésicos) de prescrição e de novas drogas sintéticas aumentaram, apontou o relatório sobre o consumo de drogas no mundo divulgado nesta quinta-feira pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (Unodc).
De acordo com os dados, "uma alta prevalência de uso não médico de opioides (analgésicos) de prescrição foi relatado pela Costa Rica, Brasil e Chile".
Segundo o relatório, os medicamentos do grupo dos opioides, em especial aqueles à base de codeína (substâncias indicadas para dores causadas por tumores ou dores fortes após intervenções cirúrgicas), prevalecem na América do Sul, América Central e Caribe.
Entre a população de 15 a 64 anos, 4,8% das pessoas consumiu alguma substância ilícita pelo menos uma vez em anos anteriores. Ao todo, o uso de drogas ficou estável. No entanto, houve um aumento da demanda por substâncias fora do sistema de controle internacional, como as piperazinas e a catinona.
O representante do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes no Brasil, Bo Mathiasen, afirmou que o principal problema do consumo abusivo das drogas lícitas é o controle por parte das autoridades.
— O risco principal dos sintéticos é o uso não controlado do medicamento. Precisa de observação e monitoramento médico, mas a pessoa cria dependência. O Brasil tem feito vários esforços no controle. No mercado europeu, as drogas sintéticas são vendidas pela internet.
O documento da ONU indicou que o "uso de cocaína agora é geralmente percebido como estável na América do Sul e Central". O relatório divulgou que 900 mil brasileiros são usuárias de cocaína.
Argentina, Chile e Uruguai são países que continuam com alta prevalência de uso de cocaína entre a população geral. Juntos, Brasil, Argentina, e Chile somam dois terços dos usuários de cocaína na América do Sul, América Central e Caribe.
"Contudo, o Brasil tem uma taxa de prevalência menor de 0,7% da população entre 15 e 64 anos".
ZERO HORA
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