domingo, 3 de julho de 2011

Doenças e cuidados com as unhas
Esmalte, acetonas e sapatos podem fazer mal para as unhas


As unhas não demonstram apenas asseio e cuidado com a aparência. São também um reflexo da saúde geral do organismo. Mudanças no formato, força ou cor podem indicar doenças que merecem atenção.

Toda mulher adora desfilar por aí com unhas bem feitas, coloridas e lixadas. As unhas exercem função mais do que estética no nosso corpo: elas protegem as pontas dos dedos e ainda podem indicar como anda a nossa saúde, conforme observamos seus aspectos combinado ao exame clínico do paciente, como disse a dermatologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, Márcia Grieco.
Formada por três camadas queratinosas de consistências diferentes, as unhas são responsáveis por mais de 10% das afecções de pele, segundo a dermatologista Valéria Marcondes, da capital paulista, e somente o médico consegue distinguir e determinar, precisamente, quais problemas podem afetar sua aparência: "o exame das unhas e lesões pode indicar doenças e falta de vitaminas. Quando quebradiças e com manchas brancas, podem representar uma simples alergia a produtos como esmaltes, detergentes e sabonetes, como podem ser indicadores de carência de ferro, ácido fólico e vitamina B12, que pode resultar em psoríase, micose e até anemia", alertou.
O formato das unhas, sua coloração e textura são capazes de dar dicas de como anda a saúde. "Quando a unha tem formato de colher, por exemplo, bem arredondada, é um sinal de que a pessoa pode estar sofrendo de problemas cardiovasculares ou pulmonares, como asma e bronquite, que afetam a circulação. Doenças vasculares podem atrofiar as unhas e alguns sulcos podem aparecer após uma febre ou uma virose", explicou Márcia.
Quando há falta algum tipo de vitamina no corpo, como a C, por exemplo, a produção de alguns hormônios pode ser afetada, assim como a fabricação de queratina, deixando as unhas com um aspecto diferente do saudável. "No caso da diabetes, por exemplo, as unhas crescem avermelhadas e cheias de ondulações", lembrou Valéria.
Todavia, não adianta olhar para as mãos e entrar em desespero caso note alguma mudança, pois apenas o médico é capaz de diagnosticar corretamente a presença de alguma alteração na saúde. Afinal, como disse Márcia Grieco, há sinais que não são doenças, mas mudam a unha, como a melanoníquia, que são estrias marrons e longitudinais que surgem nas unhas de pessoas morenas. "Unhas roídas também podem ser um sinal de doença: ansiedade! E pode levar a quadros infecciosos", destacou a dermatologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos.
As unhas dos pés também podem apresentar sinais de que algo não vai bem, todavia, é mais raro isso acontecer. "Micoses e traumas por causa de sapatos apertados são os problemas mais comuns", disse Márcia, que recomenda que suas pacientes, ao ir à manicure, levem o próprio equipamento ou usem apenas os que forem esterilizados por autoclave, exijam o uso de lixas descartáveis e solicitem que a profissional não retire muito a cutícula, nem passe a espátula por baixo da unha. "Esmalte e removedores também agridem as unhas, desidratando-as. Assim, o ideal é alternar o uso, passando creme constantemente para ajudar a manter a saúde das unhas."
Prazer em reconhecer
As dermatologistas ensinaram alguns dos sinais de que algo não está bem com o corpo, apenas observando as unhas:

Anemia: as unhas ficam secas, quebradiças, opacas, côncavas e há deslocamento da carne na ponta dos dedos.
Doenças cardíacas: as unhas ficam curvadas para baixo, alargadas e com coloração arroxeada por causa da falta de circulação.
Doenças renais: as unhas ficam grossas, amareladas ou acinzentadas, com linhas verticais esbranquiçadas, brancas na raiz e vermelhas nas pontas.
Doenças hepáticas: ficam esbranquiçadas perto da raiz ou amareladas por inteiro.
Doenças digestivas: há pontos hemorrágicos, as unhas ficam doloridas, frágeis e se descolam ou descamam.
Diabetes: grossas, avermelhadas e com pequenas veias no dedo, ao redor das unhas. Podem apresentar micoses frequentes, engrossamento e endurecimento das pontas dos dedos.
Hipertireoidismo: afinamento e enfraquecimento das unhas.
Hipotireoidismo: unhas opacas e grossas.
Psoríase: depressões puntiformes, superfície rugosa, unhas grossas e quebradiças.
Problemas na glândula supra-renal: as unhas ficam escuras.
Doenças infecciosas graves (meningite e septcemia): surgem pequenas manchas roxas sobre as unhas.
Falta de vitaminas
- Vitamina A: aspecto de casca de ovo, enrugada, esbranquiçada e quebradiça;
- Vitamina C: hemorragia embaixo da unha;
- Vitamina B3: ausência de brilho e linhas verticais e esbranquiçadas surgem em sua superfície;
- Zinco: coloração acinzentada, cutícula seca e grossa, descamação intensa ao redor das unhas e linhas transversais bem acentuadas.



Foto: Getty Images
Terra

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