segunda-feira, 13 de junho de 2011

Pesquisa revela por que deixar cigarro causa ganho de peso

Pesquisadores finalmente descobriram por que os fumantes tendem a engordar quando deixam o hábito, de acordo com estudo publicado na revista Science desta sexta-feira. Segundo a pesquisa, a nicotina pode acelerar as células cerebrais responsáveis por "comunicar" a sensação de saciedade, ou seja, aquelas indicam às pessoas que devem deixar de comer quando estão satisfeitas.

A vinculação com o peso não é excessiva: quem deixa o cigarro engorda em média 4,5 kg. Contudo, essa é uma das preocupações mais citadas pelos fumantes quando perguntados por que não tentam deixar o hábito. A questão que vem à tona agora é se o descobrimento pode conduzir a melhores tratamentos para permitir que os fumantes larguem o vício sem se preocupar com a silhueta.

O investigador da Universidade de Yale, Yann Mineur, descobriu a conexão quando estudava uma substância relacionada com a nicotina em ratos e, logo após o início dos testes, os animais começaram a comer menos. A nicotina se relaciona com vários receptores na superfície das células e é assim que desperta o vício em uma parte do cerébro. Contudo, no que diz respeito ao peso, a investigação revelou que tanto a nicotina como a droga relacionada citisina ativam um receptor diferente do envolvido no vício. Este receptor se situa em um pequeno grupo de neurônios no hipotálamo, a região que regula o apetite.

Ao dar nicotina aos ratos sem essa conexão celular, não houve uma perda de peso como nos ratos normais.

— O tabaco causa câncer, ataques cardíacos e vários outros problemas, de modo que a preocupação por engordar um pouco não deveria impedir que os fumantes deixassem o hábito. Porém, os que têm essa preocupação deveriam procurar os tratamentos de supressão do tabaco baseados na nicotina - disse a mentora da pesquisa, Marina Picciotto.

A outra droga utilizada nos experimentos com ratos, a citisina, é vendida na Europa para deixar de fumar, o que não acontece nos EUA. Picciotto alertou ainda que desenvolver um medicamento que se conecte unicamente com esses receptores específicos seria difícil porque eles também estão envolvidos em respostas de estresse corporal, de forma que poderiam conduzir a efeitos secundários como hipertensão.


AP
Donna DC

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