Medicina alternativa conquista espaço
Hospitais públicos já adotam procedimentos de forma complementar como acupuntura, reiki e fitoterapia
A medicina convencional e a alternativa já há algum tempo deixaram de trilhar caminhos diferentes - pelo menos sob o aspecto legal. Tratamentos como a homeopatia e a acupuntura são oferecidos aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e reconhecidos pelo Conselho Federal de Medicina.
O ponto de partida para a aplicação das terapias alternativas na saúde pública foi a publicação da portaria 971, de 2006, do Ministério da Saúde, considerada pelos seus adeptos o maior avanço regulatório dos últimos anos. A medida aprovou a criação da Política Nacional de Práticas Integrativas Complementares ao SUS. Cinco anos depois, é possível observar mudanças significativas, como a oferta de tratamentos complementares na rede pública de saúde. O que falta, porém, é um maior esclarecimento da população sobre o tema. "Há um desconhecimento sobre consultas pelo SUS. É uma coisa recente, falta um trabalho de divulgação", constata a terapeuta ocupacional do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Clori Pinheiro.
Considerada especialidade médica desde 1980 no Brasil, a homeopatia é uma das práticas alternativas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). O tratamento consiste em fornecer a um paciente sintomático doses extremamente pequenas dos agentes que produzem os mesmos sintomas em pessoas saudáveis, expostas a quantidades maiores. Desse modo, o sistema de cura seria estimulado a estabelecer uma reação de restauração da saúde por suas próprias forças, de dentro para fora.
O uso do tratamento foi alvo recente de protestos em vários lugares do mundo, inclusive em Porto Alegre. Na tentativa de demonstrar a ineficácia do método, ativistas tomaram uma "overdose" de medicamentos homeopáticos. Apesar disso, a terapeuta do GHC defende o direito desta prática para os usuários do SUS. "Assim como o adoecimento é multicausal, o tratamento também é. Temos que dar essas oportunidades", ressalta Clori. O GHC oferece ainda, de forma gratuita, outras duas terapias alternativas: acupuntura e reiki.
Acupuntura ajuda no combate à dor
De origem chinesa, a acupuntura consiste na aplicação de agulhas em partes definidas do corpo. O tratamento é oferecido pelo Serviço de Dor e Cuidados Paliativos do HC em nível ambulatorial, para pacientes de dor crônica. É considerado um método complementar no tratamento de pacientes com patologias dolorosas, em especial as de causa músculo-esquelética. A média é de 40 consultas por semana.
Outro procedimento utilizado no ambulatório é o chamado agulhamento seco, em que a agulha de acupuntura é inserida diretamente no ponto de contratura, causando um relaxamento muscular imediato. "A agulha vai chegar lá naquele ponto e estimulá-lo a relaxar", explica Clori. O procedimento também é realizado no Serviço de Reabilitação do Hospital Cristo Redentor.
O reiki, por sua vez, é um método de cura natural através da imposição das mãos, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio energético. No GHC, voluntários cadastrados pela instituição atuam junto aos pacientes oncológicos, que realizam o tratamento de quimioterapia,
Segundo Clori, o GHC estuda novos caminhos: a implantação de um núcleo para tratar dos medicamentos fitoterápicos.
Terapeuta holístico espera regulamentação
Embora algumas práticas já sejam reconhecidas oficialmente, como a acupuntura e a homeopatia, a regulamentação da atividade e profissão de terapeuta holístico ainda depende de aprovação. O deputado federal Giovani Cherini pretende apresentar projeto nesse sentido. Segundo o especialista Roberto Rech, o holismo pode ser recomendado aos pacientes em geral.
C do Povo
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