quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Curitiba eleva ainda mais sua área verde

Priscila Forone/Gazeta do Povo /
Curitiba conseguiu melhorar ainda mais seu bom índice de áreas verdes por habitante. A nova medição, feita em 2010, aponta que o índice chegou a 64,5 m² de área verde por habitante, 13 m² a mais que no levantamento anterior, de 2000. Entretanto, isso não significa que houve um grande aumento de árvores na cidade. A principal mudança foi a tecnologia usada no levantamento mais recente.




Segundo Luis Alberto Lopez Miguez, engenheiro cartógrafo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA) e coordenador do projeto, os estudos anteriores eram feitos no visual. “Agora usamos processamento digital de imagem via satélite. Com essas imagens de alta resolução, temos co­­mo mapear melhor a vegetação.”

Mas não é todo o tipo de verde que conta. Só os maciços arbóreos (quando árvores juntas fecham uma cobertura com suas folhas) com mais de 100 m² foram contabilizados. Ou seja, grama e plantas em parques não ajudaram a au­­mentar o índice de área verde.



“As cidades são muito dinâmicas e é preciso pensar e atualizar as informações sobre cobertura ve­­getal. Com essa qualidade espacial das imagens, conseguimos ter uma aproximação da realidade efetiva”, avalia a professora do departamento de Ciências Flores­tas da Universidade Federal do Pa­­­raná (UFPR) Ana Paula Dalla Corte.



Os mais ecológicos



Curitiba tem 113 milhões de m² de árvores, a maioria concentrada na zona sul. O bairro Campo do Santana é o mais verde, com 14,5 milhões de m², seguido de Umbará, Caximba, Cidade Industrial, Tatuquara e Ganchinho. A zona norte também possui uma boa concentração de verde.



Na área central a quantidade de árvores é menor. “Antes não se tinha incentivos fiscais e a grande ocupação ajudou a diminuir o verde. O que se tem é a arborização viária, ao longo das ruas”, conta Miguez. Apesar da grande quantidade de parques, cerca de 90% das áreas são privadas.


O levantamento não serve apenas para dizer que Curitiba está mais ecológica. Ele é essencial para monitorar o espaço urbano, fiscalizar as áreas e permitir o licenciamento ambiental. Ter uma grande área verde ajuda na qualidade de vida. “A rua se torna mais agradável tanto para quem mora quanto para quem passa. O ambiente urbano é muito pesado e com as árvores é possível ter uma interação com a natureza, mesmo sem sair da cidade”, diz Ana Paula.

Proteção


Município incentiva preservação



Para quem tem área verde em sua propriedade, há incentivos para mantê-la protegida. Além dos incentivos fiscais, como redução de imposto, existe também a possibilidade de transformá-la em uma Reserva Particular do Patrimônio Natural Municipal (RPPNM). Para que isso aconteça, o interessado deve ter um terreno com mais de 70% de maciços arbóreos nativos.

 
A RPPNM permite que o potencial construtivo do lugar seja transferido para outra propriedade ou vendido para uma construtora e, dessa maneira, preservar mais uma área verde.



Gazeta do Povo

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