Anvisa limita uso de aditivos ao fumo
Presidente da agência Dirceu Barbano (C) anunciou restrições, mas admitiu manutenção do acréscimo de açúcar
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, ontem, por unanimidade, pela proibição do uso de aditivos que conferem sabor e aroma aos cigarros. Apesar da restrição, a adição de açúcar continuará permitida exclusivamente com a finalidade de recompor o que foi perdido no processo de secagem das folhas de tabaco. A medida foi um alento aos produtores de fumo, que temiam uma posição ainda mais severa.
Com a determinação da Anvisa, em um primeiro momento, a produção de 50 mil famílias que cultivam a variedade burley (que exige reposição de açúcar) segue viabilizada. "Se tivessem proibido o uso do açúcar, a situação seria outra", destacou o gerente técnico da Afubra, Iraldo Backes. Outro alívio foi a notícia dada pelo diretor-presidente da Anvisa, Dirceu Barbano, de que a restrição aos aditivos limita-se ao mercado nacional. Com isso, todas as cargas destinadas ao mercado externo (cerca de 85% da produção) não precisarão atender à normativa.
Apesar de amenas para o campo, as novas normas preocupam em função das reações no mercado. O presidente da Câmara Setorial da Cadeira do Tabaco, Romeu Schneider, alega que o nicho de cigarros com sabor será jogado para a ilegalidade, e o governo deixará de arrecadar impostos. "As pessoas não vão deixar de consumir. O contrabando suprirá essa demanda."
Os prazos para adequação da indústria às novas regras, contados a partir da publicação da resolução, são de 18 meses para os cigarros e 24 meses para os demais derivados do tabaco. O diretor da Anvisa Agenor Alvares espera que a decisão tenha impacto direto na redução do número de novos fumantes, já que esses aditivos têm como objetivo principal tornar os produtos derivados do tabaco mais atrativos.
C do Povo
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